domingo, 20 de maio de 2012

Nota



O meliponario Abelhas do Sabugi está localizado no sertão da Paraíba. Como os amigos já devem ter visto nos noticiários, estamos atravessando a maior seca dos últimos 50 anos. Temos muito que fazer por aqui, e o blog infelizmente não é prioridade neste momento. Então, peço desculpa aos amigos pela demora na resposta dos comentários e pela falta de postagem.

... voltaremos em breve.

...Att, Isaac S. Medeiros

terça-feira, 5 de julho de 2011

Alimentação Artificial Estimulante (Postura)

(Mais algumas imagens, AQUI)
A caatinga, ao contrario do que muitos pensam, é riquíssima em diversidade. Varias espécies de plantas, animais, insetos etc, só são encontrados aqui. Alem destes, também temos  vários outros que existem aqui e em outras regiões do Brasil.
È um ecossistema frágil, sem duvidas. Mas, riquíssimo em vida.

Em regiões preservadas de caatinga (coisa rara depois do ciclo do algodão e, agora, do crescente aumento da “industria ceramista de construção”)  dispensa-se o uso de alimentação artificial. Visto que, varias plantas florescem no período de seca e ajudam as abelhas a se manterem com seus enxames bem estabilizados. A exemplo, o juazeiro, cajueiro oiticica etc.

No meu município, infelizmente, restou pouco dessas plantas ( que florescem na entressafra). E a mim restou alimentar as abelhas.

Existem dois tipos de alimentação artificial: De subsistência ( manutenção) e estimulante (para induzir a rainha a ovopositar).

 A principio, talvez, não se perceba quase diferença entre as duas. Mas, existem muitas. Estão escondidas nos detalhes, no modo de fazer e de servir.
Na maioria dos livros se fala muito em formulas, ingredientes, e não explicam o principal, que é, justamente, como servir.

Para não ficar muito extensa e cansativa esta postagem, vou me ater à alimentação estimulante. Acredito que seja a que interessa a maioria dos criadores que estão iniciando e querem ampliar seus meliponarios.

Estimulando a Rainha a pôr

Para estimular à rainha a ovopositar na entressafra igual no período de floradas é preciso seguir alguns passos. Apenas servir o xarope não é o suficiente, como veremos a seguir.
O que faz com que a rainha ponha não é o alimento armazenado. E sim o que esta entrando.
 Não basta a colméia esta lotada de alimento para a rainha colocar ovos. Se assim fosse, ela não diminuiria a postura no menor sinal de falta de néctar na natureza. Ou seja, no final da florada, que é quando as melgueiras  estão cheias.

A alimentação estimulante propicia ao meliponicultor multiplicar seus enxames o ano todo. Se as técnicas forem empregadas corretamente, não haverá falta de zangão, por exemplo, nem muito menos de abelhas, crias etc.
Claro que devem ser consideradas as condições climáticas de alguns lugares do nosso extenso  território Brasileiro. Como a região sul, por exemplo, que as temperaturas caem muito, dificultando ate o amor entre os zangões e as princesas rs.
Manejo de indução á postura

O que induz a rainha é um conjunto de indicativos que apontam existir alimento em abundancia lá fora. Como:
Movimentação de abelhas no interior da colméia;
parte delas carregando o alimento, outras depositando nos potes, outras construindo potes, outras carregando mais resina (para o cerume), outras ventilando para expulsar o excesso de umidade etc. Enfim, essa agitação mostra que existe uma enorme quantidade de alimento sendo armazenada. Essa “bagunça” dentro da colmeia anima a rarinha a pôr, mais e mais.

Regularidade; no período de florada, existe néctar entrando diariamente. Sem interrupção. Assim sendo, não basta servir o xarope ralinho (pouco doce). Tem que haver “regularidade”.

Com base nisto devemos proceder da seguinte maneira para “enganar” a rainha: o xarope . Esse, deve ficar fraquinho, muito mais água do que açúcar.
Deve se considerar pra isso, que uma boa parte dos néctares tem mais de 80% de água. - Alguns sucos, que tomamos, contem mais açúcares do que alguns néctares coletados por nossas abelhas.

Passo a passo:

Pegue uma porção de água potável mais o “mínimo” de açúcar ou mel, que as abelhas se interessem em coletar, misture bem e sirva em dias alternados. Se possível dia sim, dia não. No máximo a cada três dias.

Eu por experiência própria utilizo 1/3 a ¼ de açúcar ou mel para cada porção de água. Ate menos.
Sirva pequenas quantidades de xarope (com freqüência): isso facilitara na hora de servir e evitará que a colméia fique lotada de “mel falso” ao invés de crias.
Cuidado nos excessos. Pois esse tipo de alimento, (com alta quantidade de umidade) fermenta fácil.

E no mais, tente imitar uma florada! Já que, as existentes estão sendo destruídas. Infelizmente a cada dia que passa, mais arvores são cortadas e em seu lugar muito poucas são plantadas.
Para cada ser humano que levanta uma bandeira verde, existem... Quantas centenas? Não sei! ... De outros que fazem do verde, e do que nele vive, cinzas.
Vemos diariamente nas indústrias em geral, a natureza sendo transformada em aço, tijolo, concreto, carro, borracha. E a vida vai sendo trocada, dando lugar a coisas inanimadas.
Para viver nesse planeta, infelizmente, cada vez mais temos que ser artificiais.
Tomara que essa artificialidade toda, não contamine os nossos espíritos.

Boa sorte! Amigos de nossa, comum, casa. Meus amigos!

Isaac S. Medeiros.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Contribuindo Com a Ciência


(Carlo Rivero )
Todo e qualquer estudo que se realize com nossas ASFs é de suma importância para a atividade, visto a falta de informação. E devem ser apreciados e compartilhados.

Nós “meliponiloucos”, na busca doida por conhecimento muita das vezes nos frustramos ao buscar respostas para algumas questões que estão alem dos nossos olhos. E que podem esclarecer melhor certos comportamentos, e assim facilitar a criação e o aprimoramento de novas técnicas de manejo.


Hoje, Eu, Ricardo Amâncio, (meu amigo e também amante das coisas de nossa terra), o amigo Chico Avelino (Chição) e Novinho tivemos a oportunidade de dar nossa modesta, mas importante contribuição para ciência. Igualmente a muitos outros criadores espalhados pelo Brasil. ajudamos na coleta de amostras para um estudo que esta sendo realizado pelo Prof. Dr. Celso Feitosa Martins e pelo Doutorando Carlo Rivero da UFPB. E em parceria com  Prof. Marco Antonio Del Lama, do laboratório de Genética Evolutiva de Himenópteros da  Universidade Federal de São Carlos, SP. 


(Da esquerda para direita; novinho, Chicao, Ricardo e Carlo)

O referido trabalho tem como objetivo  estudar a densidade de colônias, variabilidade genética e dispersão das populações.
As espécies escolhidas foram: a partamona seridoensis (Cupira) em áreas de caatinga. E a Partamona helleri (boca de sapo) em áreas de Mata Atlântica. No nosso caso, logicamente ajudamos a coletar algumas amostras de Cupira.

O trabalho dos pesquisadores também visa saber como uma área é colonizada por uma espécie de abelhas. Se, é através da chegada de muitos enxames diferentes ou da reprodução de uns poucos enxames originais.


Esse trabalho vem unir-se a outros mais que existem, a fim de mergulhar mais profundamente em algumas questões, como por exemplo, o endocruzamento e a questão dos machos diplóides. 

Cada estudo realizado é uma chama a mais, que se junta ao grande farol do conhecimento. Que ilumina e iluminará cada vez mais questões que são de suma importância para criação racional e preservacionista dessas abelhas.

Cabe a nós, meliponicultores responsáveis, sempre que requisitados atender prontamente. Ajudando no que for possível a aumentar essa chama. E que ela brilhe cada vez mais forte sobre as nossas tão especiais ASFs.


                                                                               Mais imagens aqui!
Isaac Soares de Medeiros.